quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Quem é você? De onde vem o mundo?

(...) Mas seria possível o nascimento determinar, de fato, a figura de cada um? Não era estranho que ela não soubesse quem era? Não era absurdo não poder decidir nada quanto à sua figura? Tinha simplesmente nascido consigo. Podia escolher os seus amigos, mas não se escolhera a si mesma. Nunca tinha decidido que queria ser um ser humano. O que era um ser humano?

(...)

Depois de ter pensado um pouco acerca do fato de existir, começou também a pensar que não estaria ali sempre. "Neste momento estou no mundo", pensou, "mas um dia terei desaparecido" (...) Não era triste que a maior parte das pessoas tivesse que ficar doente para reconhecer que a vida era bela?

(...)

"De onde vem o mundo?" Não, ela não o sabia. Sofia sabia obviamente que a Terra era apenas um pequeno planeta no universo imenso. Mas de onde vinha o universo? Era possível pensar que o universo tivesse existido sempre; sendo assim, não precisava procurar a resposta para a pergunta sobre a sua origem. Mas poderia alguma coisa ser eterna? Qualquer coisa nela recusava esta ideia. Tudo o que existe tem que ter um começo. Por isso, o universo tinha de ter surgido de outra coisa.

Mas se o universo tivesse surgido subitamente de uma outra coisa, então também esta outra coisa teria de ter surgido, a dada altura, de uma outra. Sofia compreendeu que apenas diferia o problema. Afinal, alguma coisa teria de ter surgido do nada a certa altura. Mas seria isso possível? Este pensamento não seria tão impossível como o de o mundo ter sempre existido?

Na aula de religião, aprendiam que Deus tinha criado o mundo, e Sofia procurou então tranquilizar-se com a ideia de que essa era, no fundo, a melhor solução para o problema. No entanto,começou de novo a pensar. Podia facilmente aceitar que Deus tivesse criado o universo, mas o que se passava pensando em Deus? Será que se tinha criado a si mesmo do nada? De novo, algo nela discordava deste pensamento.

(...)


Não podemos saber se Deus existe ou se há vida depois da morte, consultando a enciclopédia. A enciclopédia não nos diz como devemos viver. Mas ler o que outros homens pensaram pode no entanto ser uma ajuda, se quisermos formar a nossa própria concepção da vida e do mundo.
(...)

2 comentários:

  1. não li ainda, mas tenho vontade!

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  2. Hola, pasando a saludar y tambien para invitarte a que pases y veas mi blog a ver si encuentras algo de tu agrado y si te gusta intercambiemos enlaces, una especie de fucionar dendritas o algo asi diria yo,je.
    Saludos y hasta la proxima.

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